A cultura woke refere-se principalmente à percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial, sendo que se a pessoa for "woke", esta se encontra desperta no que diz respeito a estes temas.
Definição
"Consciente das questões sociais e políticas, especialmente do racismo.
Esta palavra é muitas vezes utilizada de forma desaprovadora por pessoas que pensam que outras pessoas se perturbam demasiado facilmente com estas questões ou que falam demasiado sobre elas de uma forma que não muda nada."
- Definição de woke adjective do Oxford Advanced Learner's Dictionary

Significado:
A palavra "woke" indica principalmente que a pessoa está "acordada", ou seja, em alerta para os abusos sociais, a desigualdade, o racismo e a discriminação presente na nossa sociedade atual. Geralmente, os apoiantes deste movimento chamam à atenção para a injustiça social e tentam impedi-la a partir de movimentos e manifestações. Para algumas pessoas, ser woke é ter consciência social e racial, questionando paradigmas e normas opressoras impostas pela sociedade. Já para outros, o termo descreve hipócritas que acreditam que são moralmente superiores e que querem impor as suas ideias progressistas sobre os demais.
História e Evolução:
O termo woke foi inventado pelos militantes negros americanos e recuperado na cultura dos campus universitários, sendo primeiramente em torno da teoria crítica da raça. Woke, na linguagem popular afro-americana, foi criado a partir de woken, o particípio passado do verbo wake, despertar.
A introdução desta palavra foi nos anos 1920, com o profeta rastafári e militante negro e jamaicano Marcus Garvey, ao adoptar a expressão "Wake up Africa! Wake up Ethiopia!" de modo a apelar uma maior consciência política dos negros americanos. Esta palavra, apenas assumiu um sentido mais político com o êxito musical da rapper Erykah Badu, "Master Teacher", em 2008, sendo assim o termo woke mais precisamente traduzido por "consciente" e "informado" acerca dos assuntos políticos e sociais.
Foi a partir do movimento Black Lives Matter (BLM) que em 2010, a expressão "stay woke" se tornou num grito de chamamento para toda uma juventude indignada com a morte de jovens negros às mãos da polícia, sendo esta estendida até 2016, na curta-metragem de apresentação desta influência. Além dos militantes afro-americanos, o termo foi depois utilizado pelos jovens militantes brancos para designar aqueles que estão "conscientes" das injustiças feitas aos membros de todas as minorias oprimidas, quer se trate de opressão associada à raça, ao género ou a qualquer outra pertença comunitária. Em 2017, o dicionário inglês Oxford acrescentou este novo significado de woke, na sua constituição.

Iniciativas e Movimentos:
A cultura woke deve a sua popularidade, em parte, à utilização generalizada do termo pelo movimento Black Lives Matter, que ganhou força em 2020, após a morte de George Floyd, o negro que morreu depois de um agente da polícia branco se ter ajoelhado sobre o seu pescoço durante minutos, após uma detenção em Minneapolis. Entretanto, o termo é também regularmente utilizado em referência às alterações climáticas, à discriminação contra a comunidade LGTBQ, aos imigrantes e a outras minorias na sociedade. O movimento woke aponta desta maneira para o despertar da sociedade para uma visão global do Mundo, em que todas as injustiças poderão ser assinaladas e combatidas.
Os objetivos mais amplos desta cultura é a partilha de manifestações coletivas de indignação moral, a mobilização da opinião pública e a exigência de ação por parte dos decisores. Alguns dos casos mais conhecidos são as campanhas que procuraram audiências oficiais e ações judiciais de modo a rever as sanções por má conduta sexual no local de trabalho, assédio sexual nas forças armadas, abusos sexuais na Igreja Católica, etc.